Assoreamento do Rio Jaguaribe no Município de Jaguaruana



Leito assoreado do Rio Jaguaribe - Jaguaruana - Foto Evanildo Pereira/outubro 2010



O município de Jaguaruana, distante 180 km da capital do estado do Ceará, é mais um município localizado na região do Baixo Jaguaribe e cortado pelo importante Rio Jaguaribe.

Este rio tem uma grande importância para o desenvolvimento socioeconômica, além de ser um espaço de sobrevivência dos habitantes de nosso município, pois é utilizado por toda população como fonte de abastecimento de água, fonte de alimentação e pelos ribeirinhos na retirada do peixe e do plantio de culturas de vazantes.

Contudo, o mau uso da população tem provocado forte degradação deste espaço, inclusive, provocando o aterramento do leito do rio e a derrubada constante da mata ciliar.



Braço do Rio Jaguaribe: o assoreamento provocado pera retirada da mata ciliar
tem provocado o aterramento do leito do rio. Foto: Evanildo Pereira - 10/2010



Com isso, o rio vem sofrendo fortes impactos ambientais, como o acúmulo de lixo jogado em suas margens, o aterramento do canal por onde passa o fluxo de água, a retirada constante de areia das margens, com objetivo de abastecer a construção civil, a retirada de água para abastecimento de viveiros de camarões e a agricultura irrigada pelas agroindústrias localizadas na região.

Contudo, apesar de todos os problemas ambientais observados por nós e por toda a sociedade loca, não encontramos nenhum projeto de recuperação do processo de degradação tão adiantado e nenhuma ação do poder público administrativo do governo local para a recuperação ou revitalização do meio ambiente no município.



As margens do Rio Jaguaribe são utilizadas para extração de areia para construção e exploração comercial, com bares e palhoças. Foto: Evanildo Pereira - 10/2010



Percebemos um descaso total com o meio ambiente no município e com fatores agravantes quando observamos que o próprio poder público ao apropriar-se de uma visão de “desenvolvimento” incentiva a implementação de indústrias exploradoras dos recursos naturais, sem cobrar uma política de recuperação das áreas degradadas ou mesmo fiscalizar as ações promovidas nestas empresas no meio ambiente.